A pitomba, ou olho-de-boi, também conhecida como caruiri é uma fruta encontrada na Amazônia, na mata Atlântica e no nordeste, mas que ainda não caiu no gosto popular do brasileiro. Se sabor doce e ácido agrada muitas pessoas.
Você já ouviu falar da pitomba? A pitomba, ou olho-de-boi, também conhecida
A polpa dessa fruta fica dentro de uma casca dura e quebradiça de cor marrom, mas quando está madura a cor fica alaranjada. Sua polpa é esbranquiçada e carnuda, com um sabor doce, mas levemente ácido. Não existe restrição ao consumo da polpa. A fruta só se serve ao consumo ao natural, raramente é empregada na elaboração de sucos, licores, doces ou sorvetes.
No carnaval de Pernambuco existe até um bloco que faz alusão a fruta “Pitombeiras dos Quatro Cantos”.
A esse respeito, no entanto, talvez o ditado que mais inspire a diversão do povo nordestino seja aquele que se refere a alguém que “sofre mais do que pitomba em boca de velho banguela”. Há também a expressão “olho de pitomba” para se referir a alguém com globo ocular saliente, e “olho de pitomba lambida”, para aquele que não tem pestana.
Tal é a exaltação popular da fruta que a sua apreciação no folclore já ganhou até festa formalizada: a antiga festa de Nossa Senhora dos Prazeres, que comemora a insurreição e a vitória dos pernambucanos contra os holandeses, no século 17, na Batalha dos Guararapes, hoje em dia é muito mais conhecida como a “Festa da Pitomba“.
Esse evento histórico e religioso coincide com a safra da pitomba em abril, o que tornou a fruta presença obrigatória e protagonista entre as comidas e bebidas típicas daquela comemoração.
Para completar seu alcance folclórico, tornou-se uma tradição no animado carnaval de rua de Olinda (PE) a saída de um bloco carnavalesco chamado Pitombeiras dos Quatro Cantos, um dos responsáveis pela animação da festa.
Fruta extremamente difundida por todo o Nordeste, onde é cultivada em pomares residenciais e quintais, a pitomba é encontrada com relativa facilidade nas ruas e em feiras nas regiões Nordeste e Norte em alguns mercados de outras partes do país. Não existem, porém, pomares comerciais da fruta, que não tem importância econômica significativa.
O uso habitual que se faz da pitomba de sua abundante produção, ao menos em Pernambuco, é o de aluguel da árvore. O proprietário de uma pitombeira concede, por uma pequena quantia, o direito de se apanharem todas as pitombas disponíveis naquela árvore, em geral carregadíssima.
Colhem-se tanto as que ainda não amadureceram por completo, as mais verdinhas – que embora contenham mais polpa são mais azedas -, quanto aquelas efetivamente maduras, de casca amarronzada. Nesse caso, a polpa transparente é apreciada pelo sabor agridoce, doçura e pela gostosa sensação refrescante de se ter o que chupar sob o sol escaldante do Nordeste.
Por dentro de sua casca amarelo-acinzentada, rompida com os dentes, a pitomba oferece uma polpa relativamente escassa, adstringente (quando verde) e agridoce (quando madura), dividindo o interior com um caroço grande.
A fruta só se presta ao consumo ao natural, raramente sendo empregada na elaboração de sucos, doces ou sorvetes. Há quem diga, todavia, que este uso ampliaria as possibilidades de comercialização da pitomba, inclusive para o mercado internacional.
A pitombeira pertence a família das Sapindáceas, tendo como parente a chinesa lichia. Bonita árvore, de copa robusta e arredondada e tronco bastante ramificado, raramente ultrapassa os 13 metros de altura, o suficiente para dificultar a colheita. Suas flores pequenas e levemente alaranjadas, entremeadas às folhas bem verdes, pouco chamam a atenção. Ao menos quando comparadas às abundantes frutinhas, que revolvem como nenhuma outra fruta a curiosidade e o paladar do povo nordestino.
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