Química Herbal

A química de muitas plantas é subtil e complexa e todas as plantas são fábricas químicas muito poderosas.
Os principais grupos de constituintes químicos activos nas plantas são, Ácidos, Hidratos de Carbono, Fenois, Óleos Voláteis (por vezes chamados óleos essenciais), Saponinas, Glicósidos, Substâncias Amargas e Alcalóides.
Cada planta pode conter um número de constituintes. Por exemplo, a Echinacea contém Ácidos, Hidratos de Carbono e Óleos Voláteis como principais componentes activos. O Ginkgo, por sua vez, contém Glicósidos e Ácidos como principais princípios activos.
No conhecimento dos constituintes activos de uma planta, ou de outra medicação, é necessário enfatizar que qualquer “remédio” que entre no corpo através da boca, injectado nas veias ou introduzido por via rectal ou vaginal, influenciará o corpo através da sua química. Vamos olhar para alguns dos constituintes de plantas mais referidos.

Ácidos
Os ácidos constituem uma fracção importante de todo material da planta; embora pouca quantidade exista em forma livre – a maioria das plantas não tem sabor particularmente desagradável. A echinacea contém Ácido Chicórico. A laranja contém ácido cítrico e ácido ascórbico (Vitamina C).

Hidratos de Carbono
Estamos familiarizados com ao principais tipos de hidratos de carbono que fazem parte da nossa dieta diária. Os hidratos de carbono são compostos de unidades básicas chamadas açucares. Existem três grupos principais de açucares:

·         Monosacáridos ( Glucose, Fructose, etc.)
·         Dissacarídeos ( Sacarose, Lactose, etc.)
·         Polisacáridos ( Amido, Glicogenio, Celulose, etc.)

Um trabalho recente sobre polissacarídos revelou um número de componentes que apresentam propriedades imuno estimulantes significativas. As plantas que tem mostrado possuir hidratos de carbono imuno estimulantes particularmente fortes são Echinacea purpurea (Purple Coneflower), Calendula officinalis (Marigold flowers), Matricaria recutita (Chamomile) e Sabal serrulata/ Serenoa repens (Saw palmetto).

Fenóis
O Fenol é uma entidade química de base sobre a qual diversos constituintes importantes da planta estão fundamentados. Em geral, os fenóis são bactericídas e anti-sépticos. O Óleo de Tomilho (Thymus vulgaris), contém fenóis e tem propriedades anti-sépticas. Um outro exemplo interessante é a Salicina, do salgueiro, que foi precursor do ácido salicílico, a base para o grupo de drogas da aspirina.
Dois subgrupos úteis de fenóis são os taninos e os flavonóides.
Taninos: compõem um largo grupo da classe do fenol e são encontrados extensamente em todo o mundo das plantas. Têm propriedades adstringentes e são particularmente úteis para o tratamento de feridas e queimaduras. Outros conhecidos como antraquinonas, são valiosas pela acção laxativa e estão presentes em plantas como a Cascara e o Ruibarbo.
Flavonóides: os Flavonóides são um grupo significativo de constituintes químicos que estão baseados nos fenóis. Têm várias propriedades com importância farmacológica entre as quais se inclui antiespasmódica, antinflamatória e acções diuréticas. Os flavonóides são fenóis largamente encontrados no mundo das plantas. Ginkgo, Centáurea, Espinheiro-alvar e Cardo mariano, todos contêm flavonóides.

Óleos Voláteis
Este é um dos mais complexos e talvez o mais fascinante dos constituintes herbais, fornecendo uma das mais potentes ajudas para tratamento. Frequentemente recorre-se a eles como óleos essenciais (como os usados na aromaterapia), e o nome volátil é aplicado porque se evaporam. Geralmente eles tem uma agradável fragrância, mas por vezes têm um odor desagradável!. Muitos óleos voláteis tem propriedades anti-sépticas e de aquecimento e como exemplos deste grupo incluem-se o Mentol, a Cânfora e o óleo de Lavanda.

Substâncias amargas
As substâncias amargas estimulam o sistema nervoso autónomo. Activam o gosto inicial na boca, os quais respondem ao gosto amargo, causando um reflexo de secreção hormonal no sangue, aumentando a produção dos sucos gástricos e pancreáticos, e a libertação da bílis. Esta acção é exemplificada pela Centáurea. O apetite é estimulado, aumentando a secreção das enzimas gástricas e pancreáticas para ajudar a digestão e a redução da concentração ácida do estômago. Sem o sabor amargo, a acção terapêutica é reduzida.
Outras plantas com substâncias amargas são a Valeriana, o Cardo-Santo, o Lúpulo, e ainda o Ginkgo. Muitas plantas tem um elemento amargo e esta é a qualidade  frequentemente observada quando se tomam medicamentos pela primeira vez.

Alcalóides 
Os alcalóides são geralmente encontrados em muitas plantas e tecidos. São inodoros e incolores e quimicamente identificáveis porque contém azoto. Agem de uma forma alcalina e por causa disso podem combinar com ácidos para formar sais. Todos os alcalóides tem um sabor amargo e a maioria é insolúvel na água e no álcool. A cafeína encontrada no café é um alcalóide.
Com os alcalóides a farmacologia herbal vem de encontro a medicina convencional. Isto porquê os alcalóides são os mais potentes constituintes da planta e os que tem sido mais investigados pela medicina moderna. Geralmente uma planta conterá um grupo de alcalóides próximos relacionados (por exemplo, os alcalóides da morfina, codeína e papaverina estão todos presentes no ópio). Embora muitos alcalóides possam ser tóxicos e devam ser usados cuidadosamente, nem todos se encaixam neste categoria. Nem todas as plantas que contém alcalóides são tóxicas. Plantas como a Passiflora e a Celidónia-maior contêm alcalóides que não são tóxicos.

Vitaminas e Minerais
Como os nutricionistas estão constantemente a lembrar, as frutas e os vegetais são uma fonte rica de vitaminas e minerais. Isto também se aplica às plantas em geral. A Avena sativa, por exemplo, é uma fonte rica em vitamina B. A Vitamina C também está difundida no reino vegetal tendo o Limão e a Paprika particularmente altos níveis. Oligoelementos e minerais estão presentes na maioria das plantas.

Mucilagens
São constituintes das plantas extremamente comuns, mas têm sido quase que universalmente ignorados pela ciência médica moderna. Não obstante têm diversas funções básicas importantes para a acção de muitas prescrições herbais.
A mucilagem é um composto químico de açucares como os polisacarídos, que são parcialmente solúveis em água, e incham para formar um gel mucilaginoso. A linhaça  é um bom exemplo de uma erva com mucilagem.  Todas as mucilagens aliviam a mucosa interna inflamada, particularmente no tracto respiratório superior e órgãos digestivos e podem ajudar a promover o peristaltismo (um ritmo regular da actividade intestinal), promovendo uma acção laxativa suave.


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