PRÓPOLIS UM POUCO DE HISTÓRIA


própolis era bem conhecido pelos grandes sacerdotes do Antigo Egipto que eram ao mesmo tempo médicos e químicos. Eles utilizavam bastante o própolis para embalsamar as suas múmias. Aristóteles citou-o como remédio contra as feridas inflamadas. Foi evocado por Varron e por Galien. Discoride pensava que vinha do styrax, a árvore que fornece o benjoin. Pline o Antigo, foi mais justo; dizia que as abelhas iam retirá-lo das resinas dos salgueiros, dos choupos, dos castanheiros e dos botões de outras plantas. Avicenne, na sua abertura sobre a “medicina contemporânea” distinguia a cera branca e a cera preta; considerava esta última como um desgaste da actividade da colheita das abelhas; no entanto escreveu que tinha a propriedade de retirar as pontas das flechas e os espinhos do corpo.
Fez sempre parte da medicina popular nos países da Europa de Leste; na Geórgia utilizam-no tanto para reumatismos, como para anginas ou queimaduras e envolvem os brinquedos das crianças com própolis.
Só a partir dos anos 50 é que cientistas modernos se debruçaram sobre a proveniência, composição e propriedades do própolis.
H. Suchy, S. Scheller, J. Zavadski, (Polónia) utilizaram-no em ginecologia e nos cancros da mama. N. Mihailescu, C. Gorgos, T. Volzinsky (Roménia) demonstraram a sua eficácia nos tratamentos da papeira; é suposto que tenha uma acção bioreguladora, estabilizadora eurritmica reactivando as funções do organismo, a capacidade de defesa e adaptação. Para eles o própolis é uma substância extraordinariamente preciosa. S.H. Karimova e E.I. Rodinova (URSS) obtiveram excelentes resultados sobre o bacilo de Koch. Desde 1958, Fenereisl tinha já constatado que este travava o crescimento dos bacilos de Koch. S.T. Nicoloff e V. Todoroff (Bulgária) demonstraram a sua eficácia nas colites agudas e nas rectocolites, que agia sobre o sistema nervoso vegetativo, activava o peristaltismo e reduzia a flatulência; o sono restabelecia-se normalmente e os sintomas de neurastenia desapareciam. V. F. Orkin e S.I. Douschansky constataram que este retardava a actividade bioquímica dos estreptococos e dos estafilococos e que neutralizava em parte as toxinas que emitiam. Em 1963, Lindelfelser (USA) constatava um efeito completo sobre as bactérias e os fungos mas nenhum sobre as leveduras.
Enumerar a lista completa de todos os estudos feitos até hoje seria fastidioso, mas em resumo, constatamos que reforça de uma forma global a resistência especifica do organismo a infecções; aumenta as performances do organismo, previne de forma natural os problemas prematuros ligados à idade, em caso de stress aumenta a vitalidade física e intelectual, estimula a digestão, o coração e a circulação. Pela sua acção no timo, tem uma acção na produção de anticorpos e reforça desta forma o sistema de autodefesa; é também pela sua acção sobre o timo que tem um efeito benéfico em casos de stress pela sua influência sobre os dois hemisférios cerebrais. Age como estimulante numa alimentação normal da célula. Foi utilizado com sucesso pelos veterinários nos animais e em particular em casos de febre aftosa. As suas propriedades bactericidas, bacteriostáticas, antivirais, antimicóticas e analgésicas são hoje em dia bem conhecidas.

Afinal o que é o própolis?
O própolis é uma amálgama: quando uma abelha encarregue de recolher os bálsamos chega à colmeia, é recebida por uma irmã que o recebe com cera; esta vai misturá-la com os bálsamos gomosos e muito peganhentos, incorpora as secreções das suas glândulas salivares e o pólen; a colmeia será completamente atapetada, todas as fendas obstruídas; para que o interior fique fechado e perfeitamente asséptico.
As abelhas colhem os bálsamos na primavera logo que a temperatura atinge os 18ºC, quando os vegetais começam a brotar dos seus botões. Enquanto a recolha na colmeia é uma mistura de diversas substâncias naturais. Contém 50 a 60% de resinas aromáticas, 20 a 40% de cera, 5 a 10% de pólen, óleos etéricos, gorduras, aminoácidos, ácidos orgânicos, ferro, cobre, manganésio, zinco, etc. diversas vitaminas, secreções de glândulas salivares e sobretudo uma forte concentração de flavonóides. Estes flavonóides existentes nos bálsamos que envolvem os botões na primavera, foram produzidos no verão anterior encaminhados e guardados nas raízes pela seiva descendente antes da queda da folha. São elaborados pelos vegetais no momento da fotossíntese para se protegerem dos germes patogénicos, dos raios cósmicos, ultravioletas, infravermelhos, gamas, etc… sem esta protecção as folhas e os botões eram queimados pelo sol e podiam ser atacados por bactérias, vírus, fungos, etc…
Ainda se ignora as propriedades da secreção das glândulas salivares das abelhas, mas talvez não sejam neutras. Por outro lado sabe-se que os flavonóides estão presentes em quase todos os medicamentos à base de plantas e nos alimentos de origem vegetal. Têm uma influência sobre o gosto de tudo o que comemos e bebemos. São solúveis nas gorduras mas alguns podem ligar-se a açúcares (glucose) que são solúveis na água. Compreendemos com que facilidade os flavonóides livres ou compostos podem atingir o seu objectivo. O seu número é impressionante: podemos imaginar cerca de dois milhões de combinações de flavonóides pela diversidade da vegetação existente no planeta. O Pr. B. Havsteen na Universidade de Kiel já tinha enumerado 500 nos anos 80. Se a maior parte tem propriedades bactericidas, antifungicas, antivirais, outros têm propriedades específicas como por exemplo proteger a vitamina C da oxidação. A sua acção contra a poluição é importante; alguns fazem compostos com metais pesados que o organismo pode eliminar facilmente; outros intervêm para neutralizar e eliminar as manchas provocadas pelo fumo do tabaco e do petróleo, nocivas para as membranas das células. Outros têm efeitos muito variados: participam na regeneração dos tecidos eliminando as células mortas favorecendo a criação das novas células; intervêm na formação do colagénio, o que explica a acção benéfica do própolis nos vasos sanguíneos; outros têm como propriedades, atenuar as desregulações hormonais; isto é notório na pré-menopausa e na menopausa, o própolis suprime os afrontamentos. Regulariza a presença de cândidas albicans que normalmente vivem em simbiose no nosso tubo digestivo mas que se transformam facilmente em patogénicas; os flavonóides remetem-nos rapidamente ao seu lugar. E por fim curiosamente se o própolis destrói todo o germe patogénico, ele deixa intactas as bactérias e leveduras que vivem em simbiose com o homem.
Mas é sem dúvida pela sua acção antiviral que presta hoje em dia os maiores serviços. Rakker experimentou em laboratório a acção dos flavonóides sobre as células cancerosas dos pássaros ou dos animais de laboratório com cancro provocado por infecções virais. Quando administrou flavonóides às células, estas perdiam qualquer rasto de doença.
Sem o própolis, as abelhas que vivem 24 sobre 24h hiperconcentradas, em média uma por centímetro cúbico na colmeia, tal como os homens em horas de ponta dentro do metro, seriam sujeitas a uma série de epidemias que dizimariam a colónia. As mais antigas civilizações sabiam-no e utilizaram-no. Desde sempre que os homens retiravam uma parte do mel, da cera e do própolis às abelhas; hoje obriga-as mesmo a propolisarem a mais, instalando uma grelha na parte de cima da colmeia e como estes pequenos animais têm horror a buracos, elas obstruem-nos. Há 50 mil anos que elas vivem sem problemas e sem mutações (só há pouco que o homem ávido, orgulhoso e inconsciente, perturba e destrói a natureza com químicos) compreendendo-se qual a parte que podemos retirar deste produto.
Entretanto se estes leves e pequenos animais são tranquilos porque vivem rodeados de própolis, não são alguns miligramas deste produto que podem ser suficientes ao homem que por outro lado, evolui na nossa época num universo poluído.
Todos os problemas devidos à presença de bactérias, vírus, fungos e todos os outros germes patogénicos tais como todas as perturbações do sistema imunitário, do metabolismo e da desregulação hormonal beneficiam com a utilização do própolis. O própolis nunca provoca habituação e auto-resistência aos flavonóides. Se em numerosos casos, duas ou três tomas por dia são suficientes, em outros casos 4 ou 5 tomas quotidianas podem ser necessárias e geralmente com resultados espectaculares. Se for difícil de precisar uma dosagem para cada utilizador, cada um pode basear-se na importância ou gravidade do seu próprio caso. Não existem efeitos secundários (salvo as pessoas alérgicas) derivados à utilização deste produto; ao contrário, é bom recordar que outra acção sobre todos os germes patogénicos, alguns flavonóides actuam em profundidade no terreno, o que explica os excelentes resultados nalguns casos difíceis. Não é fácil também indicar a duração do tratamento ou a renovação do mesmo, mas cada um compreenderá que dependentemente do fim dos sintomas pode diminuir progressivamente o número de doses quotidianas até parar completamente, salvo nos casos muito graves que será bom tomar sempre uma toma diária.
Há algumas décadas, foi encontrado um pedaço de âmbar que continha uma abelha com 50 milhões de anos. Esta abelha foi estudada e sem querer discutir a teoria de Darwin, constatou-se que as de hoje não sofreram nenhuma evolução; graças ao própolis? Em conclusão, se hoje o homem tivesse um pouco mais de humildade e de prudência, continuaria a confiar na natureza como faziam os seus antepassados de forma empírica mais observadora e inteligente; agora que temos os meios para constatar e compreender como a natureza põe à disposição o que nos pode ser útil, recusaria enriquecer os aprendizes de feiticeiros que se esforçam em criar novas moléculas que têm como objectivo de exterminar estes indispensáveis e preciosos insectos.


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